quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Entrevista da aluna Júlia Mendonça na Lagoa Rodrigo de Freitas - RJ

Rio, 30 de Junho de 2011
        Mário Moscatelli é um biólogo que nasceu em Copacabana, bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro, mas que foi  criado em Roma, na Itália. Como qualquer outro carioca, Moscatelli é amante de sua cidade natal e aprecia muito as belas paisagens que ela oferece.
       
Seus pais tinham casa na cidade de Angra dos Reis e ele ficava indignado em ver como o meio-ambiente vinha sendo sistematicamente agredido. Começou a se importar muito com as condições da natureza e passou a lutar contra os predadores, primeiro com a ajuda da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica, depois da Secretaria de Meio Ambiente.                      
         Foi responsável pelo replantio de manguezais em Gramacho e também na Lagoa Rodrigo de Freitas. Realiza esse replantio desde os anos 90 e até hoje tem sido bem sucedido em seu projeto.
                                  "Tenho dedicado atenção especial à preservação dos
                         manguezais na Lago Rodrigo de Freitas"

1. Você acha importante cuidar da Lagoa? Por quê?  
Sim, porque além de ser um espelho-d’água magnífico com uma paisagem deslumbrante, possui um ecossistema de grande importância para todo o Rio de Janeiro.                

2. Que ações você faria a fim de melhorá-la?
Já venho fazendo desde os anos 90, quando a Lagoa estava completamente abandonada pelo poder público. Comecei a replantar mudas de mangue, de Angra dos Reis para a Lagoa, para recuperar a fauna e a flora do local e também o início de uma grande guerra contra o despejo de esgotos na Lagoa.                              
3. Como usuário desse espaço, qual tem sido sua contribuição para preservá-lo?
Não só como cidadão, mas como biólogo tenho dedicado atenção especial à preservação dos mangues.

 4. Você considera eficientes as ações públicas para limpeza e preservação da Lagoa? Por quê?
Não. Infelizmente, apesar dos esforços, ainda há muito o que fazer, principalmente quanto ao tratamento do espelho-d’água e o controle de escoamento de esgotos.


5. O que mais lhe incomoda no seu dia a dia, aqui na Lagoa?
O desrespeito por parte de alguns usuários da Lagoa em relação à fauna, à flora e ao despejo de lixo ainda presente em alguns pontos.
6. Qual a responsabilidade do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em relação à preservação da Lagoa?
Zelar e fiscalizar pela manutenção dos ecossistemas da Lagoa e de outros locais do Rio.
7. O IBAMA tem conseguido atingir esses objetivos?Como?
Em parte sim, com a ajuda da iniciativa privada e de pessoas que são apaixonadas pelo local, porque no fundo, o que todas querem é deixar um legado para seus filhos, inclusive os políticos, por mais difícil que seja acreditar nisso.                                                  
8. Quando e como você começou a se interessar pelo replantio dos mangues na Lagoa?
No início dos anos 90, quando a Lagoa estava abandonada, em todos os sentidos, resolvi pesquisar sobre a comunidade biológica do local, e me dispus a recuperar o manguezal da Lagoa. Era uma experiência inédita no país, onde acreditava-se que, uma vez destruído, um mangue não se refaz.
9. Que mudanças já podemos perceber na Lagoa?
A volta do manguezal foi lenta e gradual, assim como a fauna. As garças foram as primeiras a chegar, depois os socós, martins pescadores, etc.
10. Foi difícil realizar este trabalho?
Sim, no começo, quando o mangue começou a tomar forma na Lagoa, as discussões a seu respeito eram intermináveis. Sempre tinha alguém a dizer: que ali não era local de mangue, que fedia, atraía mosquitos, e as árvores tirariam a vista do espelho-d’água. Foi preciso muita determinação.

Um comentário:

  1. Nossa, esse trabalho merece um grande e gordo 10. Parabéns... Não faria uma coisa tão perfeita.

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